Pedantismo
Normalmente quando se escreve textos oficias e redações, monografias ou resenhas de ensino superior, duas preocupações são evidentes: os argumentos a serem levantados e a maneira de como a estrutura das palavras vai ser exposta.
O principal foco de atenção do autor deve ser as idéias ser propostas, porém, para muitos leitores uma linguagem erudita e prolixa basta para tornar o texto supostamente inteligente. Alguns autores sabendo disso utilizam esse artifício, tornando seus escritos mais conceituados, mesmo que para isso a fácil compreensão seja sacrificada.
Talvez essa supervalorização das palavras seja um reflexo da sociedade atual, que atribui maior importância à aparecia do que ao conteúdo. É como se as palavras fossem roupas: quem se veste com um terno, assim como quem usa palavras rebuscadas, recebe um status superior aos demais.
Um fato comum pode ser verificado no dia a dia: quando um leitor não compreende um texto, o problema geralmente é atribuído a ele, não ao autor, Nestes casos, a função primordial da escrita é esquecida, aquilo que era para ser uma simples mensagem, torna-se um conjunto de códigos somente entendidos pelo autor e aqueles do seu ramo.
Atualmente se vive uma elitização da palavra. Escritos que teoricamente teriam o objetivo de abranger um grande público, ao usarem termos eruditos, se tornam restritos a um pequeno grupo. Alguns livros de história que, por exemplo, poderiam ser grandes sucessos de vendagem se fossem concebidos de uma maneira simplificada.
É evidente que a redução do vocabulário de forma alguma deve ser pregada, ate porque quando o texto é bem escrito, as palavras rebuscadas são colocadas naturalmente. O que se critica aqui, é o eruditismo apregoado por muitos autores e extremamente difundido no meio acadêmico.
Um texto inteligente deve ser sempre caracterizado e sustentado por suas idéias, e não pelo uso de palavras requintadas que só prejudicam o entendimento do leitor. Se continuarmos a escrever conforme o modelo proposto, até a História se tornará desinteressante, ou melhor, irrelevante.
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